segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Bob Marley - A História de Robert Nesta Marley

Bob Marley - A História de Robert Nesta Marley





 Confira abaixo o documentário Time Will Fell e uma entrevista e visita ao 'Bob Marley Museum' em Kingston, capital da Jamaica.        


       
 

 
 
     Bob Marley, o ícone do gênero, o primeiro grande astro vindo do terceiro mundo, foi uma figura tão especial e carismática que sua existência tomou ares proféticos. Parece que veio predestinado ao mundo sob a simbologia da união dos povos e miscigenação.

Fruto do amor de uma jovem negra de 18 anos, Cedella Booker, e de um homem branco mais velho, o capitão Norval Sinclair Marley, Bob nasceu dia 6 de fevereiro de 1945 no vilarejo de Nine Miles, interior da Jamaica.

Em apenas 36 anos de vida, não só colocou sua pequena ilha no mapa, como revolucionou a música, hábitos e comportamentos pelos quatro cantos do mundo.

Bob Marley viveu em sua primeira infância uma vida natural do campo. Quando tinha 8 anos, Cedella, sua mãe, juntou-se a Toddy Livingstone, pai de Bunny, seu amigo desde a tenra infância na vila de Nine Miles. A nova família mudou-se para a capital Kingston, indo se instalar em Trench Town, uma das favelas mais impressionantes da ilha. Cedella trabalhava como doméstica e esforçava-se para que Bob tivesse uma boa educação matriculando-o numa escola particular.´

Já nesta época o garotinho Bob tinha uma ligação forte com a música. Ele e seu amigo Bunny improvisavam guitarras feitas de lata e brincavam de acompanhar os sucessos vindos da América, particularmente de New Orleans, sintonizados em um radinho transistorizado.

Eles captavam Ray Charles, Fats Domino, Brook Benton (um dos preferidos de Marley) e grupos como os Drifters, que eram muito populares na Jamaica.

Nesta época a juventude jamaicana fervia com esta gama variada de rhythm and blues americanos, mas ter um rádio transistor para captar a nova onda era luxo, por isto nomes como Clement Dodd, Leslie Cong e outros, ficaram famosos por seus sound-systems (sistemas de som), normalmente um furgão equipado com aparelhagem suficiente para fazer a rapaziada se animar com os últimos sucessos chegados dos States.

Por volta dos anos 60, o movimento R&B começou a decair nos Estados Unidos e tornou-se difícil a aquisição de discos para satisfazer a dieta insaciável de lançamentos que o povo jamaicano exigia.

Os donos dos Sound-Systems se viram então obrigados a investir no talento dos músicos locais. Começava-se a desenvolver nesta época na ilha, uma música que incorporava as tradições musicais jamaicanas com influências do R&B e das Big Bands, resultando no vibrante som do Ska.

Os donos de sound systems tornaram-se então produtores. Alugavam algum estúdio de duas pistas, descobriam algum rapaz que tivesse o talento de cantar suas emoções vividas nas ruas de Kingston, e faziam discos.

Bunny Wailer, Bob Marley e Peter Tosh
Quando Bob deixou a escola aos 14 anos, parecia ter apenas uma ambição: a música. Mas, muito para agradar sua mãe, que temia que ele se tornasse um rudie boy (como são conhecidos os delinqüentes juvenis na Jamaica), Bob arranjou um emprego de soldador.

As horas livres, passava ao lado de Bunny aperfeiçoando suas habilidades vocais. Eles eram ajudados por um dos mais célebres habitantes de Trench Town na época, o cantor Joe Higgs, que dava aulas informais de canto para artistas aspirantes que estivessem interessados em aperfeiçoar suas habilidades.

Foi numa destas sessões que Bob e Bunny conheceram Peter Tosh, outro jovem com grande ambição na música.


Em 1962 Bob fez uma audiência para o produtor Leslie Cong, que veio a bancar suas primeiras gravações. "Judge Not" de composição de Marley, foi a primeira. Apesar de as músicas gravadas não terem sido executadas nas rádios e chamado pouca atenção do público, só vieram confirmar a ambição de Marley de se tornar cantor.

No ano seguinte Bob decidiu que o caminho a seguir seria montar um grupo. Se juntou com Bunny e Peter para formar os "Wailing Wailers". O novo grupo tinha um mentor, o percussionista Rastafari chamado Alvin Peterson, que apresentou os garotos para o produtor Clement Dodd.

No verão de 1963, Dodd ouviu os Wailing Wailers e, satisfeito com o som do grupo, resolveu gravá-los e os pôr prá valer nas paradas.

Bob Marley e Rita Marley
Os Wailing Wailers finalizaram seu primeiro single, "Simmer Down" através do selo de Coxone, durante as últimas semanas de 1963. Já em janeiro do ano seguinte era a primeira nas paradas jamaicanas, e se manteve nesta posição durante os próximos dois meses.

O grupo, Bob, Bunny e Peter juntamente com outro cantor, Junior Braithwaite e mais duas backing vocals, Berverly Kelso e Cherry Smith, eram a grande novidade no cenário jamaicano. "Simmer Down" causou grande sensação na ilha e os Wailing Wailers começaram a gravar com regularidade para o legendário Studio One de Coxone.

O grupo agora criava novos temas se indentificando com os Rudie Boys das ruas de Kingston. A música jamaicana finalmente tinha uma identidade e alguém que falava a mais pura linguagem do gueto.

Bob e Rita se casam.


Nos próximos anos os Wailers colocaram mais alguns hits nas paradas da ilha, o que estabeleceu a popularidade do grupo mas, apesar disto as dificuldades econômicas que atravessavam fez com que Junior Braithwaite, Berverly Kelso e Cherry Smith, deixassem a banda.

A mãe de Marley havia se casado novamente e se mudado para Delaware, nos Estados Unidos, aonde economizou algum dinheiro para mandar uma passagem de avião para o jovem Marley, naquela altura com 20 anos. A intenção da mãe de Bob era que lá ele começasse uma nova vida.

Mas antes que ele se mudasse para a América do Norte ele conheceu uma jovem chamada Rita Anderson, e no dia 10 de fevereiro de 1966 eles estavam casados.

A estadia de Marley nos Estados Unidos teve vida curta. Ele só trabalhou lá o suficiente para financiar sua verdadeira ambição: a música.

Em outubro de 1966 Bob Marley, depois de oito meses na América do Norte, retornou a Jamaica. Este foi um período decisivo na sua formação.

O imperador Haile Sellasie havia feito uma visita de estado na Jamaica em abril daquele ano, e durante o período em que Bob esteve fora, o movimento Rastafari ganhou nova vida nas ruas de Kingston. Marley começou cada vez mais a se aprofundar dentro da cultura Rastafari.

Em 1967 a música de Bob já refletia sua nova crença. Ao invés de cantar hinos para os Rude Boys, Marley começou a compor temas sociais e espirituais, o que se tornou sua marca registrada e seu maior legado.

Marley uniu novamente Peter Tosh e Bunny para reorganizar o grupo. Eles simplificaram o nome original "Wailling Wailers" para "The Wailers". Rita tinha iniciado sua carreira como cantora e alcançou um grande sucesso nas paradas com a música "Pied Piper", uma versão cover de uma música pop inglesa.

A música jamaicana estava se transformando. O agitado ska tinha sido substituído por um ritmo mais lento e sensual chamado rock steady.

O compromisso que os Wailers vinham assumindo com o Rastafarianismo provocou um certo conflito com o produtor Clement Dodd. Então eles decidiram controlar seu destino fundando seu próprio selo, Waili'N'Soul. Devido à ingenuidade dos garotos nos negócios, apesar de terem conseguido algum sucesso no princípio, a firma acabou falindo no final de 1967.

O grupo apesar disto sobreviveu, inicialmente como compositores para uma companhia associada ao cantor americano Johnny Nash, que na década seguinte teve um grande sucesso internacional com a música "Stir It Up" de Marley.

Os Wailers também se uniram nesta época ao produtor Lee Perry, o mago dos estúdios, que transformou as possibilidades técnicas de gravação em uma forma requintada de arte. A união dos Wailers com Lee Perry resultou em algumas das mais belas produções da banda. Faixas como "Soul Rebel", "Duppy Conqueror", "400 Years" e "Small Axe" não foram apenas clássicos, mas definiram a direção do reggae.

Family Man No início dos anos 70 o baixista Aston "Family Man" Barret e seu irmão o baterista Carlton se uniram aos Wailers. Eram eles que formavam a base rítmica dos "Upseters", o grupo de estúdio de Lee Perry com quem os Wailers tinham gravado em todas aquelas sessões junto ao produtor. Os dois irmãos tinham também seu próprio grupo, os Hippy Boys. Pode-se dizer que foram eles que inventaram a síntese "baixo & batera" do que veio a ser o reggae dos anos 70.

Era indiscutivelmente a melhor sessão rítmica da época e o Wailers junto à eles começou a ganhar forma. Anos mais tarde Family Man numa declaração disse:

- "Nós éramos a melhor cozinha e os Wailers o melhor grupo vocal da Jamaica, então nos perguntamos, porque não por o mundo de joelhos?"

A reputação do grupo era aclamada por todo Caribe, mas continuavam desconhecidos internacionalmente.

No verão de 1971 Bob aceitou o convite de Johnny Nash para acompanhá-lo até a Suécia, aonde o cantor americano tinha sido encarregado de produzir a trilha sonora para um filme suéco. Enquanto estava na Europa Marley assinou um contrato com a CBS, que naturalmente também era a gravadora de Nash. No verão de 72 todos integrantes dos Wailers estavam em Londres promovendo ostensivamente o single deles para CBS "Reggae on Broadway". Mas assim como o filme de Nash, o projeto fracassou e os Wailers se viram em maus lençóis numa terra distante. Como última cartada Bob se dirigiu aos estúdios da Island Records e perguntou se podia ver seu fundador Chris Blackwell.

Chris Blackwell um jamaicano branco, descendente de ingleses, pertencente a uma rica e tradicional família da ilha, havia fundado a Island Records ainda no final dos anos 50 e já estava envolvido com a cultura musical jamaicana, mesmo antes da época do Ska. A companhia foi uma das pioneiras em exportar a música jamaicana para o mundo e na década de 60 se tornou a principal responsável por lançamentos e divulgação da música da ilha no Reino Unido, desde o ska, passando pelo rocksteady até o reggae. A Island, ainda nos anos 60 também espandiu seus negócios para o rock'n roll, tendo em seu "casting" artistas como Traffic, Jethro Tull, King Crimson, Cat Stevens, Free e Fairport Convention. Assim, quando Marley fez seus primeiros passos dentro da Island em 1971, ele estava se conectando com a mais quente das gravadoras independentes na época.

Blackwell sabia da reputação de Marley na Jamaica. Tanto o lado no qual eram conhecidos como um bando de Rudie Boys "problema", quanto a de que eram de qualidade e fibra inigualáveis e que, acima de tudo eram muito populares e respeitados tanto na Jamaica como, já na época, em todo caribe. Foi oferecida ao grupo uma oferta de confiança aonde Chris Blackwell, o contratante, dava um adiantamento de £ 4.000 (o equivalente aproximadamente a US $ 8.000), e uma carta branca para eles irem para Jamaica e produzirem o material para o primeiro álbum na Island Records.

Pela primeira vez uma banda de reggae tinha este tipo de tratamento, (pode-se dizer) comparável à seus contemporâneos do rock n' roll, com acesso ao mais alto nível de gravação. Antes disso, considerava-se que reggae só vendia discos "singles" ou coletâneas de baixo custo. Blackwell foi advertido por várias pessoas a não confiar tanto assim nos garotos e que possivelmente eles sumiriam com o dinheiro sem que se visse resultado de gravação alguma. Depois de alguns meses os Wailers estavam de volta à Londres com o material que tinham arrancado de sessões devotadas, nos estúdios Dinamic e Harry. J., em Kingston.

Bob Marley e The Wailers - Catch A Fire
Para tornar o material mais palatável aos ouvidos do público internacional, foram acrescentadas às gravações originais, solos de guitarra e linha de teclados executadas por músicos ingleses.

A estratégia de Blackwell consistia em promover o carisma natural dos Wailers como sendo a mais nova e mais poderosa força musical do mundo do rock.

O resultado disso, o disco "Catch A Fire", já chegou quebrando tudo.

Com uma sugestiva embalagem em forma de isqueiro, de onde se retira o vinil abrindo a tampa, o disco foi pesadamente promovido, iniciando a partir daí a escalada internacional do sucesso e reconhecimento de Marley.


A cadência de Marley, aliada a suas letras engajadas contrastavam completamente com o que rolava no cenário do rock da época. A gravadora decidiu que os Wailers deveriam excursionar fazendo shows tanto no Reino Unido, como também nos Estados Unidos, de novo uma completa novidade para uma banda de reggae.

A banda embarcou numa excursão pela Europa, o que a solidificou em suas performances ao vivo. Depois de três meses voltaram à Jamaica, e Bunny, decepcionado com a vida na estrada, se recusou a participar da tour pelos Estados Unidos. Foi substituído por Joe Higgs, o mestre musical dos ainda adolescentes Wailers, nos tempos de Trench Town.

Nos Estados Unidos os Wailers lotaram alguns clubes noturnos e abriram shows para artistas como o jovem Bruce Springsteen. A repercussão da banda em sua turnê andava tão bem que foram arranjadas 17 datas para os Wailers abrirem os shows de Sly & The Family Stone, na época a maior banda de black music da América.

Depois de abrir quatro shows para Sly, os Wailers foram limados da turnê. Pelo que parece, os Wailers faziam sombra para o show que deveria ser a atração principal. De qualquer maneira seguiram para São Francisco aonde gravaram uma audição ao vivo para a pioneira rádio rock, KSAN. Sessão esta que veio a se tornar o material para o disco "Talkin'Blues", lançado em 1991 pela Island Records.

O primeiro sinal de que a projeção de Bob Marley como astro internacional estava garantida viria através de um presente de Chris Blackwell, para o proeminente novo artista de seu casting. Logo após o impacto do LP "Catch a Fire" no mercado europeu, Blackwell entregou à Marley as chaves da Island House, uma imponente mansão situada na Hope Road Avenue, parte rica da cidade, inclusive muito próxima à sede do governo, que ficava rua abaixo com seus imensos jardins. Em pouco tempo o novo "yard" de Marley se tornaria um núcleo de criação e uma espécie de comunidade, com livre acesso para toda família, amigos do gheto, sacerdotes rastas, namoradas de uns e outros, músicos, jornalistas estrangeiros, e mais alguns outros que eventualmente aparecessem pra jogar aquele futiba improvisado no final de tarde.

Eric Clapton
Este clima de euforia de uma nova vida comunitária religiosa e criativa encontraria sua tradução no disco "Burnin", segundo lançamento dos Wailers pela Island Records. Na contracapa de "Burnin", Marley aparece mais uma vez provocando as normas estabelecidas do sistema, empunhando um enorme cigarro de palha em forma de cone, provavelmente recheado com ervas ainda não legalizadas. Na parte interna do álbum, fotos de pessoas do gueto, rastas e um contraponto entre a riqueza de sorrisos do povo em uma ilha ensolarada e a miséria propriamente dita. As músicas com um conteúdo ainda mais politizado e social que as do álbum anterior atingiam o público branco da Europa e Estados Unidos com "pedradas" como "Get Up Stand Up" , "I Shot the Sheriff", "Burnin and Lootin", etc. Uma verdadeira revolução.

Celebridades como Paul McCartney, Mick Jagger e toda essa galera de peso começa a pagar o maior pau pro exótico jamaicano Marley.

O lendário Eric Clapton ressurgiu como Fênix gravando "I shot the sherif", versão que atingiu os primeiros lugares nas paradas, colocou o guitarrista inglês novamente no cenário e ajudou a alavancar ainda mais a carreira de Marley.

Em fevereiro de 1975, "Natty Dread" foi lançado. Graças ao sucesso da faixa "No Woman No Cry", que atingiu o primeiro lugar na parada inglesa, Marley se tornou ainda mais popular.

A essa altura o grupo já não contava mais com Bunny e Peter, que partiram para suas carreiras solo e foram substituídos pelas I-Threes,as cantoras Judy Mowatt, Marcia Griffiths e a mulher de Bob, Rita Marley.

Com o lançamento do próximo disco, "Rastaman Vibration", em 1976, o cantor começou a ser conhecido nos Estados Unidos. Na Jamaica sua fama já era quase mística, e em grande parte graças a ele, o pensamento rastafari estava se tornando uma febre entre os jovens. Disputava-se aquele ano uma das mais sangrentas batalhas eleitorais na história da ilha. A violência era tanta que em junho foi decretada a lei marcial. Em meio a este quadro também havia o fato de o imperador Haile Selassie, considerado pelos rastas como Messias, ter falecido.

Nos últimos dias de novembro, a situação estava ficando preta. Bob iria participar, no dia 5 de dezembro, de um show promovido pelo PNP (partido de cunho socialista presidido por Michael Manley), para supostamente apaziguar as tensões antes das eleições, marcadas para dali uns dias. Manley, na oposição, tentava atrair para si o prestígio que a comunidade rasta adquiria na ilha, acenando com uma possível legalização da ganja (maconha) e um plano de governo socializante, inclusive com uma maior aproximação com a vizinha Cuba. Uma semana antes do evento, um esquema de segurança armado pelo partido foi instalado 24 horas por dia diante do número 56 da Hope Road, casa de Marley.

Dois dias antes do show, porém, a casa foi invadida por um grupo de pistoleiros que adentrou a sala aonde Marley estava ensaiando, e disparou tiros em todas as direções, com o intuito de matá-lo. Miraculosamente ninguém foi morto no ataque noturno. Don Taylor, empresário de Marley estava se aproximando dele no exato momento em que os homens começaram a disparar, levando vários tiros e tendo como legado deste fato uma vida sobre a cadeira de rodas. Um carro de polícia que passava nos arredores entrou em cena no auge do pandemônio, assustando os pretensos assassinos e levando-os a uma rapidíssima retirada. Rita Marley levou um tiro de raspão na cabeça. O projétil ficou alojado em seu couro cabeludo. Marley recebeu um tiro que raspou seu peito logo abaixo do coração e penetrou profundamente em seu braço esquerdo. O caso de Marley foi o menos grave entre os atigidos, sendo o primeiro a sair do hospital.

Após ser liberado pelos médicos, Marley foi levado às pressas sob a escolta da polícia e de amigos mais próximos à um esconderijo no alto das "Blue Montains". No dia 5 de Dezembro, Bob, depois de muitas conjecturas, resolveu subir ao palco do festival. Ainda com os curativos, Marley se apresentou no "Smile Jamaica", representando enquanto cantava, a cena da emboscada, e depois mostrando para o público seus ferimentos.

Logo após o show o cantor mudou-se para Londres, onde gravou seu disco "Exodus". A partir de então o sucesso do grupo só aumentou e cada disco lançado figurava nas primeiras posições das paradas inglesas e americanas.

The Wailers - Abril - 1980 - foto: Adrian Boot
Em cima, da esq. para dir.: o baterista Carlton Barrett, Bob Marley, o percussionista Alvin Patterson, e o guitarrista Al Anderson.
Embaixo, da esq. para dir.: o tecladista Earl Lindo, tecladista Tyrone Downey, o baixista Aston 'Family Man' Barrett e o guitarrista Junior Marvin.
Em 1978 o cantor recebeu a medalha da paz, oferecida pela ONU, em Nova Iorque. No mesmo ano foi, pela primeira vez, à África, onde visitou o Quênia e a Etiópia, país especialmente reverenciado pelos rastas, terra do imperador Haile Selassie, considerado por eles como seu messias. Depois de uma nova turnê pela Europa e EUA, o grupo lançou o disco ao vivo "Babylon By Bus", e tocou na Austrália, Japão e Nova Zelândia.

Com seu nono álbum, "Survival", de 79, Marley já havia tornado o reggae um estilo internacional, conhecido no mundo todo. A África era o único continente em que o grupo ainda não havia se apresentado, mas em 1980, Bob Marley foi convidado a se apresentar com os Wailers na cerimônia de independência do Zimbabwe.

Em maio de 1980 foi lançado "Uprising", sucesso instantâneo no mundo inteiro com hits como "Could you be loved" e a comovente faixa de encerramento "Redemption Song", além de outras pedradas como "Work" e "Coming In From the Cold". Os Wailers embarcaram na sua maior turnê européia, arrasando quarteirões em todos os lugares em que passaram, incluindo o legendário show em Milão, Itália, com público estimado em 100.000 pessoas, recorde absoluto até então para qualquer banda do mundo. Bob Marley & the Wailers eram simplesmente a banda em turnê mais importante daquele ano e o álbum "Uprising" bateu todas as paradas de sucesso no continente europeu. Foi um período de máximo otimismo na carreira de Marley. Planejava-se para o inverno daquele ano uma turnê americana ao lado de Stevie Wonder. Após a turnê européia Marley e a banda partiram para os Estados Unidos.

Marley fez dois shows no Madison Square Garden. Durante a segunda apresentação, passou mal no palco. Começou a ser averiguado o que se passava com o ídolo do reggae. Bob chegou a fazer ainda mais um show em Pittsburgh, mas logo o mundo recebeu a triste notícia de que Marley estava com câncer. O câncer teria sido decorrente de um ferimento infeccionado no dedão do pé, que ele teria sofrido três anos antes, durante uma partida de futebol em Londres.

Ele lutou com a doença durante oito meses buscando tratamento na clínica do Dr. Joseph Issels na Bavária. Durante algum tempo o estado de Marley parecia ter se estabilizado com o tratamento naturalista do Dr. Issels, mas em Maio, já abatido quase que totalmente pela doença Marley resolveu retornar para sua casa na Jamaica, jornada que ele não conseguiu completar.

Bob Marley morreu aos 36 anos de idade, mas seu legado permanece vibrando ao som de sua música.

Confira abaixo o documentário Time Will Fell e uma entrevista e visita ao 'Bob Marley Museum' em Kingston, capital da Jamaica.      

Fonte: http://www.reggaeraiz.com.br/bob-marley.html

GCM CLÁUDIO / LARANJAL PAULÇISTA / SP

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