ASSASSINOS
AO VOLANTE
Com a
manchete “Assassinos ao Volante”, uma edição da revista Veja analisou e comentou
o fato de que as mortes no trânsito no Brasil já superam os crimes de homicídio
e as mortes por câncer. Isto é uma tragédia nacional, que nos coloca na
contramão da tendência mundial de redução dos acidentes de trânsito. Enquanto,
na maioria dos países ricos e emergentes, verificou-se
uma
queda acentuada das mortes no trânsito, no Brasil, estes números não param de
crescer: no ano passado, foram registrados mais de 60 mil mortos, um aumento de
4% em relação a 2011, e 352.495 casos de invalidez permanente, contra 239.738
no ano anterior. No Brasil, o principal fator da violência no trânsito é
humano. É verdade que nossas estradas são precárias, a infraestrutura é deficiente,
há falta de ciclovias e falhas na sinalização.
Todos
estes fatores aumentam o risco, mas eles são enormemente potencializados pela falta
de responsabilidade e de perícia dos nossos motoristas. Condutores de carros e
de ônibus, motociclistas, ciclistas e pedestres não observam as mais
elementares regras de circulação. Dirigem embriagados, ignoram a sinalização,
desrespeitam os limites de velocidade, avançam o sinal e falam ao celular enquanto
dirigem. Outro fator que contribui para os dramáticos índices de morte no
trânsito é a ineficiência do poder público na aplicação das leis e a inclinação
do brasileiro para burlar regras.
Infrações
de trânsito são consideradas não mais do que pequenos deslizes. O acidente de trânsito
entre nós é tido como uma fatalidade, um acontecimento fortuito e não previsto.
E, quando ele resulta em morte, quase sempre a condenação é por homicídio culposo,
ou seja, aquele em que não há
intenção
de matar. Em minha opinião a morte no trânsito não é uma fatalidade, um
acidente imprevisível e inevitável. Ela é resultado de uma conjugação
de
fatores que interagem e resultam numa fórmula explosiva e perigosa: risco, aventura,
displicência, ignorância, desobediência, impunidade. É preciso disseminar na
sociedade a noção de que o acidente de trânsito pode ser evitado com maior
senso de responsabilidade por parte do motorista; esta é a chave para que consigamos
reduzir os nossos dramáticos índices de acidentes.
Antonio
Bulhões
Deputado
Federal / PRB-SP
Fonte: http://www.deputadoantoniobulhoes.com.br/gap/076boletim-assassinosaovolante.pdf
GCM CLÁUDIO / LARANJAL PAUSLISTA / SP
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